Carnaval no Pelourinho

21 de fevereiro de 2010

A palavra pelourinho se refere a uma coluna de pedra, localizada normalmente ao centro de uma praça, onde criminosos eram expostos e castigados. Na época do Brasil Colônia, era usado para expor os escravos ao castigo com chicotadas. Logo depois, por não muito tempo, já em 1960, o Pelourinho passou então a ser um antro de prostituição e marginalidade. Daí, 20 anos depois, com o reconhecimento do casario como patrimônio da humanidade pela UNESCO, e após sua revitalização e conservação, que dura até os dias de hoje, o Pelourinho transformou-se num Centro de “efervescência” cultural.
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Não serei modesto ao falar do Pelourinho atual; afinal, em pleno carnaval, estive cinco noites visitando este lugar, que recomendo a qualquer pessoa de qualquer parte do mundo, seja ela criança, adolescente, jovem, adulto, e principalmente aos idosos. Por que digo, principalmente aos idosos? Porque quando se trata de boas lembranças, aquele que tem mais tempo de vida, se sente mais feliz; e isso é obvio. Quem não gostaria de lembrar os bons momentos vividos nos carnavais? E aquelas músicas dos anos passados? As bandinhas de fanfarras? Enfim, foi justamente isso que o Carnaval deste ano no Pelourinho nos fez viver: A alegria dos bons momentos.
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Eu moro no Centro da cidade de Salvador; a pouco menos de 1,5 km do Pelourinho. Desde os 18 anos, sou freqüentador, mas nunca estive no Pelourinho numa época de carnaval. (Que pena! Acho que perdi muita coisa). Mas, este ano foi excelente, não somente por ter sido a minha primeira vez, mas também por descobrir que este lugar já está na minha lista de presença dos próximos carnavais. Hehehe!
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Com pouco dinheiro e com muita vontade de curtir, eu não tirava os olhos da programação dos eventos. Desde o dia 12/02 (sexta-feira) até o dia 16/02 (terça-feira), participei de quase todos os eventos noturnos, e só me ausentava depois do ultimo evento. Rsrs...
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Veja alguns dos principais show's que não perdi:
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Luís CaldasJauperíTrês na FoliaLazzoGerônimo

Cinco dias foi o suficiente para participar de muita coisa. E hoje, posso afirmar que Carnaval não é só trio elétrico, a festa tem fanfarra e diversidade cultural também.
Abaixo, veja mais alguns dos registros que fiz em fotos:
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E fica aqui, o meu convite a você que ainda não esteve no Carnaval do Pelô.
Venha! A Bahia é linda! E o Pelourinho esta dentro dela.
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É importante ressaltar que não vi nenhuma confusão, aliás, nada que não fizesse parte da Alegria de um Carnaval.
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Um abraço.
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Meu agradecimento às pessoas que encontrei por lá, aos parentes e amigos que tornaram meu carnaval uma festa sadia e completa.
Muito obrigado, e até 2011!

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Clique aqui, acesse o site do Pelourinho Cultural e fique por dentro dos eventos no Pelô.

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2 de Fevereiro - Dia de Yemanjá

2 de fevereiro de 2010

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Dois de fevereiro é, oficiosamente, feriado na Bahia. E como diz Dorival Caymmi (compositor baiano) “É dia de festa no mar”.
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No ano de 1923 houve uma diminuição no pescado da vila de pescadores do Rio Vermelho. Tentando buscar ajuda na Mãe D'Água, Iemanjá, saíram a dois de fevereiro para ofertar presentes à deusa. Ano após ano os pescadores repetiram essa cerimônia. A princípio era feita em conjunto com a Paróquia do Rio Vermelho, devido ao sincretismo entre a rainha do mar e Nossa Senhora da Conceição. Nos anos 60 houve uma reação da Igreja Católica contra o culto pagão, fazendo com que a festa perdesse, oficialmente, a devoção à santa católica. A Igreja de Santana, localizada no mesmo local da festa, sempre mantem as portas fechadas no dia 2 de fevereiro.
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Salvador é uma cidade banhada por água de todos os lados, e nada mais justo que homenagear este elemento. Homenagem esta que começa na madrugada, com devotos do candomblé e do catolicismo, junto com muitas mães de santo de terreiros de Salvador, ao lado da antiga Casa do Peso, dentro da qual há um peji de Yemanjá e uma pequena fonte. Na frente da casa, uma escultura de sereia representando a Mãe D'Água baiana, Yemanjá, que também é conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Estes devotos colocam suas ofertas e bilhetes com pedidos em balaios organizados pelos pescadores do bairro do Rio Vermelho. Esses balaios são levados por cerca de 300 embarcações, com o saveiro levando a oferenda dos pescadores sempre a frente do cortejo.
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As manifestações de agradecimento têm o seu epicentro no bairro do Rio Vermelho, no mesmo local onde foi instalada a primeira colônia de pescadores da cidade e onde se encontra a Casa de Yemanjá. É lá onde, durante todo o dia, adeptos do candomblé, turistas e devotos (vestidos de branco) formam longas filas para depositar seus presentes - pentes, espelhos, sabonetes, perfumes, flores, jóias (tudo aquilo que possa agradar a uma mulher vaidosa) - em balaios que no fim da tarde são levados em barcos num cortejo até o ponto onde finalmente são arriados para que afundem e alcancem a mãe de todos os orixás.
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Mas como tudo na cidade, este que é o único grande festejo religioso oriundo do candomblé, e não da Igreja Católica, acaba transformando-se em um dia de festa repleto de musicalidade e alegria. Dezenas de manifestações culturais e artísticas acontecem nas ruas do bairro com rodas de capoeira, cortejos, contando com a presença do tradicional bloco Filhos de Ghandy e a presença importantíssima dos turistas que vem de todo o mundo.
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Nada mais justo então que a cada ano, no dia 02 de Fevereiro, milhares de devotos parem para agradecer um pouco a fertilidade e proteção que tiveram, e pedir por uma boa pescaria e águas calmas nos dias que estão por vir.
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Por isso o dia 2 de Fevereiro é um dia sagrado e dos mais importantes no calendário da cidade. Um dia de muita fé, festa e alegria - na terra e no mar.
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Viva ao dia 2 de fevereiro - Viva a Iemanjá!
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Texto e fotografia: Lú Barreto
Clip musical: Banda Radiola
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